quinta-feira, 19 de novembro de 2015

...and the visa goes to...


Olá pessoal. Já faz uns bons meses que ando sumido aqui do mundo dos blogs (então senta e pega um café, porque o post é grande) mas não por isso tenho deixado de acompanhar a aventura em que tantos escolheram embarcar, que é ir para o Canadá como residente permanente. E gostaria de informar aqui, oficialmente que ontem recebi meu passaporte com o visto Uhuuuuu!!!

Não tive oportunidade de vê-lo ainda pois chegou na casa de meus pais e como moro em outra cidade só poderei pôr as mãos nele no fim de semana. Meus pais não aguentaram de ansiedade e pediram para abrir a correspondência, e eu óbvio, tão ansioso quanto eles, pedi para descreverem o que havia dentro do envelope. Muito contente mesmo, mas não demorou muito para cair a ficha que agora é que a brincadeira vai começar. Aliás só uma prévia da brincadeira de verdade. Se antes eu estava adiando isto ou aquilo porque, afinal o visto não saiu....., agora não tem choro nem vela, tenho é que tirar o atraso e agitar o esqueleto para fazer todos os preparativos da minha ida até o outubro de 2016.

E por falar em preparativos, são taaaaantas coisa para fazer. Digo que até mais coisas que o normal. Meus preparativos incluem uma cirurgia. Pois é, meses atrás passei muito mal e fui descobrir depois de muitas idas ao pronto-socorro, entre médicos, exames e remédios, que preciso passar por esta cirurgia. Estou com muitas restrições alimentares por conta disso, o que é uma chateação. Não é nada grave, mas preciso resolver tudo ainda aqui no Brasil, porque lá estarei sozinho e tem aquelas coisas de pós operatório e etc. Se der tudo certo em abril/maio entro na faca. Mas acho que de preparativos pré-viagem, nada mais importante (e desafiador) do que dar um gás no Francês. Prioridade total nisto a partir de agora.

Como andei sumido daqui do blog, muitas, mas muitas coisas mesmo, aconteceram desde agosto passado. Resumindo o mais importante: saí de meu antigo trabalho, entrei em outro muito muito muito melhor e hoje sou funcionário da Dilmanta público. E aliás antes que alguém pergunte se ter um emprego estável não pesa na hora de embarcar para o Canadá, eu já respondo: Não!

Claro que não sou idiota achando que vou chegar com milhões de propostas de emprego lá no Canadá, mas para mim o Brasil não dá mais. E não é um emprego estável, bom salário, um cargo com chance de crescimento a longo prazo, nada disso que vai me convencer do contrário. Pelo menos até agora não convenceu. Claro que tudo isso é importante (e pode fazer falta), mas não é tudo. A questão é que não me vejo mais aqui, não me encaixo. Literalmente me sinto um estranho no ninho. E além de tudo isso ainda quero muito experimentar essa sensação de algo novo, descoberta, conquistar novas terras, viver uma realidade diferente dessa que vejo aqui todo dia, enfim, experimentar de verdade tudo aquilo que leva todos vocês a empreenderem tantos esforços por uma vida melhor, mais justa, com melhores perspectivas, tanto pessoais quanto profissionais.

Para uns parece loucura, mas faço tudo isso por um sonho em que nada é garantido e tudo depende de eu ir lá e fazer, na unha. É isso que eu quero e vou fazer.

No i-timelines vejo que muitos estão na mesma etapa que eu, recebendo seus vistos. E imagino a felicidade de todos, visto que alguns esperaram 700, 800, 1000 dias ou mais pelo visto. Para mim a espera não foi tão longa e arrisco dizer que tive um dos processos mais rápidos, mesmo com todos os atrasos meus e do BIQ e com pedido de documentos adicionais e tudo mais. Para estes que receberam o visto nestes últimos dias eu digo: “Parabéns!!! Nós merecemos!!!”

Nestes 526 dias, desde quando enviei meu dossiê ao BIQ, até ontem quando recebi o visto, como todos, tive todas as ansiedades, medos e incertezas. Mas o que mais me ajudou a não pirar foi manter o foco e ter um bom planejamento, tanto financeiro quanto pessoal.

O mais desafiador foi o planejamento financeiro porque afinal dinheiro não brota do chão. Desde 2013, quando dei início ao processo de imigração, tenho controlado até os centavos. Às vezes eu saia da linha, mas como sempre fui muito controlado, não fiz nenhuma dívida nestes últimos 3 anos.

Pensando um pouco além, esse plano de imigrar é realmente para poucos (e loucos), pois são 3 anos vivendo em função de um sonho, planejado mas ainda um sonho. São 3 anos em que minha vida parou em muitos sentidos mas andou em outros. Abri mão de algumas coisas mas também aprendi muito e principalmente sobre mim. Que eu posso, mesmo que digam o contrário. E se tudo isto vai ter valido a pena, só vou descobrir lá no Canadá.

Um abraço a todos, mantenham foco no sonho de vocês e logo ele se tornará realidade!